Gonzagão ouvia Caymmy
Que inspirou Buarque e Jobim
Os baianos todos
E o time dos mineiros
Foi sempre assim
Que se fez a nossa cantiga
A canção do nosso país
Com Noel e o samba da antiga
As cantoras do rádio, Elis
Noel e o samba da antiga
As cantoras do rádio, Elis
Rebanhão misturou de tudo
Som Maior bebeu no "tio sam"
Grupo Elo fez seu estudo
VPC olhou pro amanhã
O Guilherme, o Jorge, o Pimenta
O bomilcar, Rehder, João
Aristeu e uns mais de quarenta
Imitei não tive opção
Candiero invadindo o cangaço
Lampião e os quarenta ladrão
Todo mundo imitou todo mundo
Um por um se inspirou em alguém
Do mais simples ao mais profundo
Não há um que não olhe ninguém
Do mais raso ao que vai mais fundo
Todo artista é aprendiz de alguém
Sabe o Chico, lá no começo
João Gilberto queria ser
E compor, se eu não esqueço
Com o Tom que o viu nascer
O baião é primo do samba
Dois-por-quatro, é quase igual
E a viola, se o dono é bamba
Chora em Catolé ou no Pantanal
Como ele o mundo num inventa
Foi de lá que aprendemo a rimar
Perfumou de jasmim e água benta
É de seda aquele cantar
Com o impossível que a gente não pensa
O Stênio parece brincar
Costurou com toda ciência alguém feito eu com o Cristo de lá
O menino que é feito de barro
Foi também um grande professor
De sua casa teceu esperança
Cerca e muro arteiro pulou
Aprendi a cantar na igreja
Violão ganhei de minha mãe
E por mais muderno que eu seja
Hino antigo é bom e não cai
Eu sou filho de tudo isso
Que panela é minha canção?
Pé no mundo e domingo na igreja
Nordestino de devoção
Pé no mundo e domingo na igreja
Nordestino de devoção