Fundaram um cabaré no morro
e cismaram que eu devia frequentar
Fiz pé firme, disse mesmo: Eu lá não vou!...
Só quero ver quem é que vai me obrigar!
O meu cabrocha que foi sempre a meu favor
desta vez também veio contra mim
Não sei por quê estou ficando diferente
já não gosto de malandro, nem frequento botequim
E é a minha opinião
Quando eu quero, eu quero mesmo
e comigo é assim!...
E vim descendo, batucando os meus tamancos
abandonando a malandragem, o barracão
Embora sendo nascida no morro e criada na orgia
vi que essa gente não tem civilização...
E resolvi a mim mesma de voltar
se a vida um dia, se Deus quiser, melhorar
Com um ricaço pendurado no meu braço
vestido de seda, capote de forro
civilizarei o morro