Vaqueiro Velho

Carlos Cezar e Cristiano

Vaqueiro velho que um dia foi criança
E no aboio embalou sua ilusão
Sonhos crescendo entre a raiva da esperança
Correndo junto com você de pés no chão.
Vaqueiro velho que domou a rês bravia
E foi destaque de rodeio e vaquejadas
Do peão garboso só restou a montaria
Lembrança, estória na parede pendurada

Que nem gado rumina o tempo consumido pela dor
E, e, e, e carro, resta a paisagem
Deste sonho já sem cor

Vaqueiro velho que um dia viu a vida
Estraçalhada qual o boi que vai pro corte
Quando em rodeio sua perna foi ferida
Dia da caça em que o boi era mais forte.
Vaqueiro velho que sem bois cortou madeira
A cabiúna, a embu rena e juntou cola
E nem sei mesmo se por gosto ou brincadeira
Hoje repica a vida em sonhos de uma viola.

Legado onde a viola e o passado de um peão
E, e, e, e viola, tempera a vida com toada e ilusão.

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